domingo, dezembro 27, 2020

domingo, novembro 29, 2020

Descolonização

Quando vejo as estrelas, eu vejo tudo. 
Quando vejo as estrelas, eu vi tudo. 

Eu não preciso da sua misericórdia 
Eu só continuo a seguir  

Eu cresço e crio coisas fantásticas 
As estrelas me guiam

quinta-feira, novembro 19, 2020

Pétalas de Cristal

 A existência é um oceano a ser descoberto. Posso viver mil anos, ter andado por todas as cidades, não significará a totalidade dessa descoberta.  

Os insights vêm quando cruzo com outro ser humano e compartilho as ideias. Não que elas sejam TUDO e finitam o labirinto da nossa jornada. Mas as minhas experiências fazem mais sentido quando as entrego no colo do meu próximo. Essas experiências só poderiam ser realizadas por mim, feitas por mim, sentidas por mim. Eu sou a senhora da minha história. 

Mas as relações sociais potencializam a humanidade. Ver o outro não necessariamente num espelho, identificando semelhanças comportamentais. Mas enxergar no outro a linda e complexa vulnerabilidade. Não há como escapar dela respirando esse ar atmosférico dos meus ancestrais, sentido a gravidade conscientizando-nos nosso lugar no chão.   

Qualquer coisa que eu faça, irá atingir outras pessoas direta ou indiretamente. Qualquer coisa. 
E toda a história humana está de prova que sou influência/construção/resquício do que já foi feito. Somos ondas do mar. A maré vem e volta.  

Você é meu presente para me ensinar a ser melhor. Somos bonitos juntos. Fazemos significados juntos.


sexta-feira, novembro 06, 2020

Canto Gregoriano

Enquanto eu tiver ar nos meus pulmões e memória percebida existente, estarei expandindo. Meu fôlego é eco para o universo. E o cosmos me abraça para sempre. 

O tempo 

Nos fez ver 

O que não pudéssemos  

Ver 
(Antes) 

Não há lamento por eu ter nascido. Só eu que chorei ao sair do ventre de minha mãe. Meu choro foi meu batismo à minha existência ser compartilhada com o mundo. O começo do fim com vários começos. E a minha consciência renovada me concebe de ciclos em ciclos.


quinta-feira, setembro 17, 2020

Mãos Pequenas

Ultimamente eu tenho pensado exaustivamente no meu "papel" no mundo. Nas relações que possuo. No que ofereço. Nas minhas atribuições. Fazendo constantes balanços de como eu era e de como sou agora. Eu mudei muito e sei que vou mudar enquanto estiver respirando. 

A vida é bonita quando as coisas fazem sentido, de alguma forma, dentro de nós. Quando encontro caminhos construtivos. Quando eu tenho consciência que só posso ser quem eu sou. 

O que não possuo domínio, minhas mãos não conseguem segurar. Não conseguem pois não domino, simplesmente. E é isso. Eu faço o que posso. Vou além, mas só faço o que me compete fazer. Considerando a minha humanidade, minhas experiências, minha sensibilidade, minhas perspectivas, meu autoconhecimento. Principalmente meu autoconhecimento. Sou forte como uma rocha para certos assuntos, para outros, sou um cristal.  

Analisando hoje que deixar o que eu não domino escorrer pelas minhas mãos, me traz uma consciência mais lúcida. 
Não é pra mexer em tudo e saber de tudo. Têm coisas que não são pra eu fazer e saber. 
Ser só uma basta.  

segunda-feira, setembro 07, 2020

 Viver é bom. Sofrer não é bom. Mas viver é bom. 

Os aprendizados me põem no topo de uma montanha. Eu contemplo a minha trajetória, meus erros e acertos. Minhas memórias. 

Será que o caminho foi feito pra mim desde o início?  

Coisas tão minhas. Irrevogáveis. Intransferíveis. 

É louco pensar num caminho pelo qual eu tive/tenho que passar e chamar de " minha vida", " minha história ". Algo só meu, porque tem só a minha perspectiva predominante. E pensar que existem outros caminhos, outras vidas, paralelamente a minha realidade, me faz perceber o oceano de particularidades que a humanidade é composta. Chega ser assustador. É incrível também. É foda. E quanto mais você mergulha, mais nota o quanto profundo é. Tem muita coisa! 

De alguma forma essas complexidades precisam coexistirem. Todas energias: densas, rápidas, eletrizantes, sucintas, leves, alegres, agoniantes, depressivas, calculistas, imediatas, tristes, arrebatadoras. Todas elas são necessárias para que tudo, que a gente vê e não vê, flua. No "final", todos os pontos de vista contribuem para a significância indefinivelmente bela da existência. 

A ficha cai para evitar julgamentos. Tudo tem um porquê. É explicável e não necessariamente  justificável. E é o máximo que me permito chegar a tentar entender a realidade de uma outra pessoa. É o máximo que compete a mim. Passando dessa linha, é só soberba, presunção, arrogância, prepotência, mediocridade. O outro é meu espelho em muitos aspectos. A vivência do outro serve pra eu respeitar a minha e aceitar as coisas como são, as pessoas como são. Não cobrar. Não tenho direito de cobrar porra nenhuma de ninguém. Aquilo que me é oferecido, é o que se tem. Nada é criado pra atender as minhas expectativas. As coisas são como são. Agora, se não há sintonia nas relações, que eu vá procurar harmonia onde "o santo bater". Simples assim. Tenho minhas experiências, minha consciência como parâmetros- eu sei o que me faz bem.  


quinta-feira, setembro 03, 2020

Desatando Nós

 O fim e o começo em mim. Não há nada fora que demonstre menos ou mais. De mim, tudo emana. A minha própria energia. 

Não é difícil encontrar coincidências. Está tudo em mim. Sempre esteve. 

Enquanto eu caminho, mais eu me vejo e me entendo. É pra ser assim. O percurso é o próprio refúgio de paz de espírito. Precisa fazer parte, senão minha vida é inútil.  

As pedras que se tornaram castelos, me fizeram chorar quando eu as achei sozinhas. Mas eu achei várias e transformo o que eu penso sobre tudo. As feridas cicatrizam e percebo o orgulho que tenho de mim mesma. 

Esses queridos não sabem o poder que eles possuem! Meu espírito estava esperando pelo calor de vocês. Pelos abraços, pelas refeições, pelas gargalhadas libertadoras. No meio dessa pandemia, não imaginava ser salva. 

E a cada dia que passa, cada coisa ocupa seu devido lugar. Ter paz é ter a mim mesma. 

terça-feira, setembro 01, 2020

Não foi a Primeira Vez

Quando entendo que cansaço só percorre um tempo determinado, eu respiro e penso melhor. 

Quando eu choro, a chuva ainda cai, o carteiro entrega a carta, a chaleira apita da água já fervida. Nada para pelo meu sofrimento. E ele não é eterno. 
Vulnerabilidade não é um defeito. Demonstra que sou feita de carne e osso. Demonstra que sou humana. E eu sinto da minha forma. Eu só tenho uma percepção aguçada dessa forma de sentir pois é a minha. Como vou mostrar um novo jeito de sentir o que eu sinto e como sinto? Deus me fez errado?   

Amor dá em pessoas e não em poste de luz. 

Eu gostaria de entender o porquê muitas pessoas têm dificuldade de aceitar amor e verbalizar sobre ele. Sei que muitas coisas são sentidas. E quando são ditas...fodeu! Mas por quê, sabe? Se você já estava sentindo o amor quando ele surgir sem ser convidado pelas palavras. Pra que tanto medo de se permitir se a porra dessa vida é só uma? E isso não tem a ver em não ser cautelosa consigo. Existem razões consideravelmente aceitáveis que te "asseguram". Se alguém me faz bem, se me traz segurança, se mergulha no meu olhar, se tem prazer em estar comigo só por estar - até em silêncio, por que eu vou ter medo? Por que eu teria medo? Você já demonstrava que me amava, seu imbecil! Por que você se deu ao trabalho de dar lugar a sua sabotagem? Por que verbalizar o que se sente é tão temeroso? Por que ser honesta é um defeito? Por que ser corajosa é um defeito? Por que eu sinto não pertencente aos círculos sociais às vezes? Eu não quero ser outra pessoa. Eu não tenho vocação em ser outra Daniella.  

Acho que talvez não terei respostas para essas indagações. 

Mas sigo sendo quem sei ser. Para minha tristeza e para minha felicidade. 

quarta-feira, agosto 26, 2020

quarta-feira, agosto 19, 2020

O Que a Alma Quer

A tentativa é um espaço percorrido. Não é fracasso! A considerar a temporalidade das coisas existentes. 
O trajeto é importante. Há tantas belezas não percebidas por descuido na pressão de alcançar o tão almejado objetivo. Há tantas aprendizagens silenciosas por aí.
A mudança é inevitável. Depois que abrimos os olhos, não tem como não sermos atingidos pelas implicações das impressões.   

E a sede não cessa. E a vontade não passa. O ânimo é restaurado após o descanso.  

Há tanta vida em ti quanto em mim.   

Não se poupa o choro. Não se poupa o tesão. Não se poupam as risadas. Não se poupam as reflexões. Não se poupam os abraços. Não se poupam as ideias. Não se poupa a entrega. Não se poupam as diferentes perspectivas. Não se poupam os sapatos gastos pela busca. Não se poupa ouvir mais e mais músicas e outras músicas. 



domingo, julho 19, 2020

Sem Editar

Em meio a isso tudo e estar no meio disso tudo, a reivindicação pela existência através do reclusamento social e suas consequências fica mais sensível. Estão todos sensíveis demais. Até minha pele com suas erupções vermelhas.
"Loucuras da pandemia" que pessoas têm feito são super compreensíveis nessa nossa circunstância. Emergindo o que nossa alma sempre esteve abastecida, parece.
Esperanças vêm e vão. Coisas simples são muito significativas. Pessoas queridas são de fato queridas.
Brigas me fazem me entender mais que antes. Depois da tempestade vem a bonança se há bonança de fato dentro de mim, se eu quiser o amor como triunfante no topo da colina mais alta da cidade. Há o abalo das estruturas inevitavelmente com as relações, mas há mais reconhecimento com o outro,  se nos permitimos  perceber isso, que divergências. Em muitas vezes.

Deve ser essa linha de raciocínio bíblica de que " na fraqueza eu encontro a minha força" faz sentido nessas horas.

Eu às vezes não me reconheço.

domingo, julho 05, 2020

Leucopenia

Não preciso provar nada pra ninguém. A minha força, a minha alegria, as minhas lágrimas. 

Eu sou tão frágil como cristal, como vidro, como papel molhado na chuva e colado no chão.
Minha mente não é sempre minha amiga, quando dou de alimentar fantasmas. 

Não quero provar nada pra ninguém. Nem pra mim mesma.

E o dia das dores sentidas percebidas vai passar. Como os outros dias da minha vida.

quarta-feira, julho 01, 2020

Uma Coisa Só

Como eu não pude perceber isto antes?: Tudo é uma coisa só.

Pessoas em todo lugar, terapeutas, coachs, amigos, família, dizem que precisamos nos amar primeiro, ter amor-próprio, nos bastar, nos conhecer e etc nessa linha de raciocínio. Pois bem, quando você se permite se conhecer e se amar e ter perspectivas melhores na sua vida, pela lei do universo/da vida, você acaba atraindo mais disso. A maré ruim sai predominantemente da sua aura.

E eu aqui nessa tarde linda de meu Deus em Dom Pedrito, ventando pra cacete, longe da minha família, cantarolando alguns versos e depois de duas xícaras de café, tive esse insight. Quando eu compartilho ideias, quando eu rio, quando eu danço, quando eu viajo na maionese e a pessoa próxima a mim devolve a mesma energia, significa muito que essa pessoa seja eu! Sim, isso mesmo! Não sei explicar direito essa ideia, mas é isso que eu penso e imagino ser.
Eu sou uma pessoa carente - levam demais pro pejorativo esse adjetivo. Vamos rever nós mesmos e o que sentimos - e, logo, gosto de carinho, de abraços( muito de abraços! Chego a me emocionar quando vejo duas pessoas se abraçarem com vontade), gosto de palavras e gestos gentis. Como dizia minha mãe, sou uma menina muito manhosa rsrs. Quando eu recebo um elogio, um abraço, uma atenção genuína de alguém, é como se fosse eu mesma fornecendo carinho a mim, pois as energias são semelhantes sendo compartilhadas. O que mais dou a mim, volta pra mim!
Isso é lindo! Lindo demais! Isso me satisfaz! Pensar sobre isso me satisfaz e traz sentido à muitas coisas para mim.     
As pessoas que cruzarem meu caminho e somarem, me fortalecerão e contribuirão pra versão verdadeira minha. As que forem de contraste negativo a minha energia, só me lembrarão que devo tornar ao meu caminho.

domingo, junho 21, 2020

Quando Estou Na Casa do Meu Amigo

Não tem a ver com competição. Não tem a ver com hierarquia intelectual. Não tem a ver com desprezo, ou indiferença. 

Eu me sinto completamente envolvida. Eu me sinto pertencente. Eu me sinto completamente amada. Eu me sinto amparada.

Há um ombro para eu encostar a minha cabeça. Há uma cama para descansar. Há mãos para secar minhas lágrimas. Há comidas gostosas pra encherem meu bucho. Há risadas sinceras entregues como flores frescas num vaso bonito em cima de uma mesa. Há danças malucas combinadas com músicas aleatórias. Há uma atmosfera de amor verdadeiro. Amor incondicional. 

Eu nasci pra te encontrar neste momento e sermos felizes!

sábado, junho 13, 2020

As Estruturas

O que fundamenta uma casa, uma ideia? Os alicerces...quais seriam?

Lendo e ouvindo sobre física quântica, inevitavelmente sabemos sobre Aristóteles: eu conheço(compreendo) algo, quando eu conheço(compreendo) a sua essência. E os seres humanos matem relações por essências. Mas o que seria isso?

Compreender é mais que entender. Mais que saber. Aquilo que você compreende, você possui, você é parte integrante. E essa linha de raciocínio se aplica a tudo. É algo mágico e real!
Não temos ideia de quanto somos poderosos. 

A respeito de compreender: um processo contínuo de aprendizagem sem resistência egóica do indivíduo que deseja atingir a essência de um determinado objeto, ou pessoa, ou uma comunidade, ou uma ...enfim, acho que deu pra entender. 

E pensar que passei uma boa parte da minha vida sem me dar a oportunidade de me conhecer. E de conhecer muita gente. Processo de autoconhecimento é, em boa parte, doloroso, requer esforço para que haja menos julgamentos e mais acolhimento consigo. É um processo de prazer e agonia - algumas vezes - ao mesmo tempo. Nem todo mundo tem essa disposição. Justifica muito as impaciências, os gritos, as ausências, as agressividades, o lado mais visceral e abandonado de nós. 
Nos meus primeiros relacionamentos, as minhas características ruins gritavam. O medo me fazia fugir - desconsiderando nessa questão, obviamente, os relacionamentos abusivos.
Infelizmente uma parte da minha criação não foi atentada a dar lugar significativo ao envolvimento emocional "nutritivo" das relações. Esse é um ponto da minha história que me causa uma tristeza enorme.
Depois de adulta, construo alicerces com uma certa dificuldade às vezes. Eu reconheço isso. Mas estou construindo. Em mim e nas minhas relações.
Hoje eu compreendo algumas passagens vividas e isso me dá um pouco de paz.
Talvez a vida seja assim: reunir as pedras que encontramos no meio do caminho para erguer pontes de realizações na alma. Estou em processo de autoconhecimento e compreender a mim mesma me traz paz. Até as minhas loucuras eu aceito hoje. Atingir minha essência é perceber que está tudo bem. E cada dia que passa, fica bem. As minhas crises são sinais de que as estruturas estão sendo sacudidas, como se fossem placas tectônicas. Um dia as coisas estarão mais estáveis e mais entendíveis. 

terça-feira, junho 09, 2020

Ao ser infinito, seja bem-vindo.

O que aconteceu, ainda acontece. Por isso eu sinto a sua presença por aí, seu perfume, sua influência.
O que acontecerá, acontece hoje. Por isso me pego sorrindo e cantando. Viajando.

segunda-feira, junho 08, 2020

Jesus, Meu Cabelo e Amor

Eu gosto de ouvir uma música que um dos refrães diz que Jesus está no nosso cabelo. Eu viajo muito com ela. 
Que foda, cara: a beleza se encontra nos detalhes. Na composição deles. 
Eu cresci escutando que meu cabelo era feio. Sofri bullyings na escola. "Feio" porque era crespo. É crespo. E pensar que Jesus está no meu cabelo, me faz me sentir importante, amada, cuidada, reconhecida, insubstituível. 
Depois de sair do Rio de Janeiro, depois de tanto tempo, depois desde que nasci, ouvir elogios sobre meu cabelo no Rio Grande do Sul é incrível. Parece que Deus coloca anjos na rua pra me lembrar que sou única. Respeitosamente pessoas me param e me elogiam. Sobre meu cabelo, meu sorriso, minha "educação", ou sobre algum objeto que uso. Sobre minha energia. Sim, Jesus está no meu cabelo e em tudo em mim. 
Deixo as mentiras do passado com fome me alimentando de amor. Escuto músicas que me dão esperança e amor hoje. Passo perfume, faço um café bem gostoso, uso minha roupa favorita, escuto as pessoas com atenção, canto para mim mesma. Eu amo tudo que eu faço. As coisas simples e as complexas. Eu amo como eu conduzo meus pensamentos e meu comportamento. Eu amo como eu me expresso. Eu amo como eu olho pras pessoas. Eu amo olhar paisagens. Eu amo meus abraços. Eu amo quando tomo decisões. Eu amo meu sorriso e minhas gargalhadas. Eu amo meu rosto. 
O meu amor importa pra mim. É o meu amor. Ele me expande. Me possibilita perceber possibilidades, infinitas possibilidades - em mim e na vida. O amor é foda: ele não te trava, ele te liberta. Te dá segurança, confiança. Você se sente forte, capaz de enfrentar adversidades impensáveis. 

É um assunto sem fim e pretendo ser uma eterna aprendiz.

domingo, maio 31, 2020

Abraços

Essa semana eu fui à casa de um amigo aqui na cidade (Dom Pedrito) onde vivo.

Se comprometer à alguém é um processo tão sutil quando você se dispõe. Se há sincronicidade, o elo nos envolve aos poucos com ternura e com verdade. Douglas é formado em gastronomia na Bahia. Toda vez que vou à sua casa, ele cozinha pra gente. A comida dele lembra muito a da minha mãe. A comida dele me deixa muito feliz!
Após saber de exames sobre minha deficiência no sangue - leucopenia -, se prontificou a fazer um almoço. Minha pressão tinha caído e fui me deitar. Quando levantei anunciado o almoço feito, eu apreciei aquela mesa com tanta gratidão, mas TANTA GRATIDÃO. A mesa estava posta deliciosamente com fartura e mimos. Esperei por ele. Esperei ele acabar de ajeitar tudo e se sentar comigo à mesa. Chorei como criança, dizendo: Nossa, isso é tão bonito! Prontamente ele me abraçou. Me abraçou amorosamente com consistência. Senti que tudo ali foi especial.

Interessante como cada um demonstra amor de uma maneira. Eu levei um tempo pra entender isso ao longo da minha vida.

Eu confesso: sou chorona pra cacete, adoro MUITO dar carinho, me declaro numa hora qualquer sem "precedentes". Cuido dos que amo como se Deus me desse essa missão na Terra. E etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc. Quem me conhece, sabe que sou muita Daniella numa Daniella. Gosto de sentir o amor pelas ideias, pelo tato, pela energia que ele emite, pelo cuidado, pela entrega.
Minha mãe me chamava de manhosa, quando era pequena rsrs

Só que há outras maneiras de amar além das minhas. Fazer uma comida bem gostosa e bonita é a maneira de amar do Douglas.

Acho que a "liga" se dá quando você encontra pessoas que compartilham jeitos parecidos com os seus. Senão surge a frustração.
Isso não quer dizer que o outro tem que ser meu clone e fazer tudo do meu jeito. Não é isso. A convivência nos molda - não tira a nossa personalidade! A convivência nos faz perceber que a força do outro e a nossa juntas é poderosamente necessárias para a emissão da esperança nesse mundo. O que o outro me apresenta - com a sua história, com suas experiências, com sua identidade -, ilumina uma parte minha que estava na escuridão e que precisava vir à luz. O amor é isso. Também é isso. E muito mais. Nos transforma e nos faz melhores. Quanto menos nos damos conta, distribuímos flores por aí.

quarta-feira, maio 27, 2020

Cartas Que Caem no Caminho

Recebo todos os dias. Como diz a música "tudo aqui quer me revelar". 

Ligeiramente com vergonha de tentar esconder a minha criança interior às vezes. Ligeiramente com orgulho dela às vezes. A gente nunca sabe como vai agir diante de determinadas circunstâncias. Extremas circunstâncias. Casuais circunstâncias. A gente só age. Mas levo em consideração todo histórico de vivências experienciadas nessas ocasiões. Na verdade, em todas as ocasiões.

Parece que as realidades são para ser. Contextos miseravelmente dispostos arbitrariamente. Contextos divinamente dispostos. Quando a gente deve fazer uma reclamação pro SAC? rsrs Sabe? A gente só vive, só faz. E faz o que pode no momento - ou pelo menos deveríamos nos orgulhar dessa possível lúcida dignidade interna.

Mas, por alguma razão, meu caminho não é o mesmo da minha irmã, embora eu a ame com tudo que há em meu ser. Meus passos não são os mesmos da minha bisavó, mesmo sabendo que a existência dela eu deva gratidão por estar aqui hoje escrevendo nesse blog que tenho desde novembro de 2005 e que quase ninguém lê - foda-se também. O simples fato de escrever já me realiza. 

Mesmo não entendendo as peças do quebra-cabeça que a vida disponibiliza todo santo dia, eu sinto que estou cumprindo um propósito e me sinto bem com isso. Eu vejo possibilidades bonitas para a minha vida, pois, não importa se eu vá para a direita ou para esquerda, o meu coração vibra quando eu percebo sinalizações positivas do meu lindo e gostoso Universo. Me sinto grata. Me descubro um mundo lindamente habitável. 
Sinto que o Universo me dá autonomia para eu escrever a minha própria história. E Ele quer que eu a escreva. Faz questão que eu a escreva. Não nasci para vagar e não fazer sentido. Ele faz questão de eu me empoderar porque EU SOU IMPORTANTE PRA MIM E PRA ELE, O QUE EU FAÇO IMPORTA; O QUE EU FAÇO ATINGE OUTRAS PESSOAS; O QUE EU PENSO CRIA; O MEU AMOR TRANSFORMA ATMOSFERAS . E tudo que eu sou, o que penso, o que eu faço é peça fundamental dessa composição cosmológica magnífica. Nasci pra ser quem eu sou, quem vou me tornar amanhã.

Obrigada por todo cuidado, Universo! E obrigada por me fazer enxergar todo cuidado hoje!

sábado, maio 16, 2020

Não Choro Hoje

Confesso que meu jeito impulsivo já destruiu muitas coisas na minha vida. Vínculos, situações oportunas, coisas. Tomar atitudes sem pensar te lesa estruturalmente. Coleciono alguns lamentos.
Acredito que as pessoas nascem com uma determinada tendência comportamental. E qualquer característica pode ser desenvolvida para caminhos de benefícios ou de malefícios. Temos esse poder da plasticidade da adaptação, abordada de muitas formas por sociólogos e antropólogos em todo o mundo.
Minha impulsividade me prejudicou muito, mas me livrou de muitas barras também. Me salvou de emboscadas. Me fez ser respeitada. Me fez conhecer cenários memoráveis.
Os arrependimentos significam erros? Talvez. Mas colhi muitos aprendizados. Se eu pudesse voltar atrás, faria diferente? Algumas coisas. Mas a vida é um rio: segue um percurso e não volta.
Acho que a maturidade, em mim, está vindo através de uma consciência cintilante das minhas atitudes e de uma educação para onde direciono o meu lado impulsivo.
E tem muito chão pela frente me esperando!

terça-feira, maio 05, 2020

Cortinas de Renda de Nuvens no Céu

Acho que todas as músicas são uma só no Universo. Todas as músicas se formam em uma única. E uma em várias.
Eu estou no lugar certo e na hora certa do meu conto. Nada está fora do seu lugar. Até os dias amenos constroem sustentação existencial.
Essa cortina de renda sobreposta com aquela outra fazem uma determinada composição quando concentro meu olhar num ponto. E quando passo os olhos em tudo, são vários ruídos, vários sentidos, várias histórias, vários lugares, várias pessoas, várias emoções.
Todas as experiências me preencheram para eu ser quem eu sou hoje. Sem caminhos errados. Sem sentimentos sentidos equivocadamente, mesmo cometendo erros. Passei por tudo para estar aqui, chorando e sorrindo. Minhas linhas me encantam porque sou bela e sábia e forte. Essas linhas me encantam, pois todos os sons se encontram de uma vez só e não fazem nó.