quinta-feira, setembro 17, 2020

Mãos Pequenas

Ultimamente eu tenho pensado exaustivamente no meu "papel" no mundo. Nas relações que possuo. No que ofereço. Nas minhas atribuições. Fazendo constantes balanços de como eu era e de como sou agora. Eu mudei muito e sei que vou mudar enquanto estiver respirando. 

A vida é bonita quando as coisas fazem sentido, de alguma forma, dentro de nós. Quando encontro caminhos construtivos. Quando eu tenho consciência que só posso ser quem eu sou. 

O que não possuo domínio, minhas mãos não conseguem segurar. Não conseguem pois não domino, simplesmente. E é isso. Eu faço o que posso. Vou além, mas só faço o que me compete fazer. Considerando a minha humanidade, minhas experiências, minha sensibilidade, minhas perspectivas, meu autoconhecimento. Principalmente meu autoconhecimento. Sou forte como uma rocha para certos assuntos, para outros, sou um cristal.  

Analisando hoje que deixar o que eu não domino escorrer pelas minhas mãos, me traz uma consciência mais lúcida. 
Não é pra mexer em tudo e saber de tudo. Têm coisas que não são pra eu fazer e saber. 
Ser só uma basta.  

segunda-feira, setembro 07, 2020

 Viver é bom. Sofrer não é bom. Mas viver é bom. 

Os aprendizados me põem no topo de uma montanha. Eu contemplo a minha trajetória, meus erros e acertos. Minhas memórias. 

Será que o caminho foi feito pra mim desde o início?  

Coisas tão minhas. Irrevogáveis. Intransferíveis. 

É louco pensar num caminho pelo qual eu tive/tenho que passar e chamar de " minha vida", " minha história ". Algo só meu, porque tem só a minha perspectiva predominante. E pensar que existem outros caminhos, outras vidas, paralelamente a minha realidade, me faz perceber o oceano de particularidades que a humanidade é composta. Chega ser assustador. É incrível também. É foda. E quanto mais você mergulha, mais nota o quanto profundo é. Tem muita coisa! 

De alguma forma essas complexidades precisam coexistirem. Todas energias: densas, rápidas, eletrizantes, sucintas, leves, alegres, agoniantes, depressivas, calculistas, imediatas, tristes, arrebatadoras. Todas elas são necessárias para que tudo, que a gente vê e não vê, flua. No "final", todos os pontos de vista contribuem para a significância indefinivelmente bela da existência. 

A ficha cai para evitar julgamentos. Tudo tem um porquê. É explicável e não necessariamente  justificável. E é o máximo que me permito chegar a tentar entender a realidade de uma outra pessoa. É o máximo que compete a mim. Passando dessa linha, é só soberba, presunção, arrogância, prepotência, mediocridade. O outro é meu espelho em muitos aspectos. A vivência do outro serve pra eu respeitar a minha e aceitar as coisas como são, as pessoas como são. Não cobrar. Não tenho direito de cobrar porra nenhuma de ninguém. Aquilo que me é oferecido, é o que se tem. Nada é criado pra atender as minhas expectativas. As coisas são como são. Agora, se não há sintonia nas relações, que eu vá procurar harmonia onde "o santo bater". Simples assim. Tenho minhas experiências, minha consciência como parâmetros- eu sei o que me faz bem.  


quinta-feira, setembro 03, 2020

Desatando Nós

 O fim e o começo em mim. Não há nada fora que demonstre menos ou mais. De mim, tudo emana. A minha própria energia. 

Não é difícil encontrar coincidências. Está tudo em mim. Sempre esteve. 

Enquanto eu caminho, mais eu me vejo e me entendo. É pra ser assim. O percurso é o próprio refúgio de paz de espírito. Precisa fazer parte, senão minha vida é inútil.  

As pedras que se tornaram castelos, me fizeram chorar quando eu as achei sozinhas. Mas eu achei várias e transformo o que eu penso sobre tudo. As feridas cicatrizam e percebo o orgulho que tenho de mim mesma. 

Esses queridos não sabem o poder que eles possuem! Meu espírito estava esperando pelo calor de vocês. Pelos abraços, pelas refeições, pelas gargalhadas libertadoras. No meio dessa pandemia, não imaginava ser salva. 

E a cada dia que passa, cada coisa ocupa seu devido lugar. Ter paz é ter a mim mesma. 

terça-feira, setembro 01, 2020

Não foi a Primeira Vez

Quando entendo que cansaço só percorre um tempo determinado, eu respiro e penso melhor. 

Quando eu choro, a chuva ainda cai, o carteiro entrega a carta, a chaleira apita da água já fervida. Nada para pelo meu sofrimento. E ele não é eterno. 
Vulnerabilidade não é um defeito. Demonstra que sou feita de carne e osso. Demonstra que sou humana. E eu sinto da minha forma. Eu só tenho uma percepção aguçada dessa forma de sentir pois é a minha. Como vou mostrar um novo jeito de sentir o que eu sinto e como sinto? Deus me fez errado?   

Amor dá em pessoas e não em poste de luz. 

Eu gostaria de entender o porquê muitas pessoas têm dificuldade de aceitar amor e verbalizar sobre ele. Sei que muitas coisas são sentidas. E quando são ditas...fodeu! Mas por quê, sabe? Se você já estava sentindo o amor quando ele surgir sem ser convidado pelas palavras. Pra que tanto medo de se permitir se a porra dessa vida é só uma? E isso não tem a ver em não ser cautelosa consigo. Existem razões consideravelmente aceitáveis que te "asseguram". Se alguém me faz bem, se me traz segurança, se mergulha no meu olhar, se tem prazer em estar comigo só por estar - até em silêncio, por que eu vou ter medo? Por que eu teria medo? Você já demonstrava que me amava, seu imbecil! Por que você se deu ao trabalho de dar lugar a sua sabotagem? Por que verbalizar o que se sente é tão temeroso? Por que ser honesta é um defeito? Por que ser corajosa é um defeito? Por que eu sinto não pertencente aos círculos sociais às vezes? Eu não quero ser outra pessoa. Eu não tenho vocação em ser outra Daniella.  

Acho que talvez não terei respostas para essas indagações. 

Mas sigo sendo quem sei ser. Para minha tristeza e para minha felicidade.