quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Floco de Neve na Minha Língua

Não vejo a hora de você fazer o tempo parar 
E eu paro de rodar 
Nas minhas vogais ecoantes
Nas minhas teimas irritantes
De um solo que nada dá 

Eu estou cansada de lutar
Vem fazer carinho
Na minha cabeça 
Eu durmo e volto pro seu mundo

sábado, fevereiro 13, 2021

Distintas Frequências

Os pães que deixei no meio do caminho 
Se foram 
Os nós amarrados 
Se desataram 
Não houve nada de errado 
Só não combinamos 
Os nossos compassos

sexta-feira, fevereiro 12, 2021

Escorpião

Eu sou das sombras 
Meu desejo, escondido sob as rochas 
Ninguém vê 
Ninguém vai saber
Nem você  
Que eu te possuo   


 

domingo, fevereiro 07, 2021

Abrindo a Caixa

O que seriam as impressões alheias sobre alguém desconhecido? Qual é a importância delas no inconsciente coletivo? Bem, não vou me referir ao Jung - talvez surjam superficiais e despretensiosas associações. 
Estudei brevemente sobre Arte. Adoro a fase impressionista! Muito! Transcendo observando Monet. Objetivamente: o artista escolhia um cenário externo, pintava de acordo com as suas impressões. Mas a impressão que ele tinha de manhã, não era a mesma ao entardecer. A que ele tinha na parte do dia nublado, não era a mesma quando surgia o Sol.
Pois bem, as circunstâncias parecem moldar a impressão que tenho de pessoas, de lugares. As condições sociais-locais-políticas me dão uma "cartilha" de como eu "devo" entender um determinado indivíduo. 
Sei lá. A gente esquece que é um bicho complexo pra cacete. Mas o julgamento geralmente está em prontidão - a cultura do cancelamento faz jus a esse lembrete.
Nasci e vivi numa metrópole por mais de 30 anos, marcada por desigualdade social bem notória, violências, profusão de manifestações artísticas e eventos, belezas naturais... Hoje moro no interior de um Estado, onde 100 mil pessoas morando num bairro é impensável. Violência para o Pampa tem outra conotação. Não percebo museus espalhados pelo centro da cidade como no Rio. É tudo completamente diferente. Aqui eu ando tranquilamente na rua, respiro ar puro, dou 'bom dia' pra estranhos. A cidade soube o dia que tive crise de pânico. Enfim... 
Coisas que aconteceram de cara pra mim, já se cristalizaram na minha mente. Mas tento dar chances pro acaso e pra minha consciência. Começo, então, a enxergar situações vividas de uma outra forma. Confesso que é um exercício constante, não é fácil.   
Algo que é absolutamente incontestável: tudo muda a todo instante. Nos transformamos sempre.

As impressões que temos das coisas são uma espécie de fotografias, que pomos numa parede em destaque no nosso inconsciente. Se mover para mudá-las é necessário, se quisermos nos permitir e nos conhecer melhor. Eu me aceitando, aceito o outro também.

sábado, fevereiro 06, 2021

John Coltrane Tocaria Essa Versão?

Caminho sem volta: a autodescoberta. 
Eu nunca me amei tanto como agora. E não é sobre ego. É sobre saber que a minha percepção das coisas é mais uma que contribui para o movimento dessa experiência terrena. 

Eu amo saber que sou amada e importante. E brilhante! Pessoas sentem minha falta e eu sinto falta de pessoas. Mas são AS PESSOAS. Um grupo seleto no meu coração. 
Através das relações humanas, nos "cavamos" mais a cada encontro. A cada diálogo. A cada troca. 
Nessa conjuntura pandêmica, a abstinência social me fez ponderar umas arestas de sequelas de relacionamentos passados. Afetivos e fraternais. Você sabe, sou muito reflexiva. E me fez viver circunstâncias nunca imaginadas antes: morei com nativos gaúchos e morei com pessoas não gaúchas vivendo no Rio Grande do Sul. Realidades extremamente diferentes. Mas EXTREMAS mesmo! 
Sabe o que gosta de verdade? E o que não gosta? O que te dá paz ? O que te tira do sério? O que te deixa à vontade?
Abraços me deixam no paraíso - um abraço sinceramente firme e carinhoso. As oxitocinas dão tiros pro alto. Acho que é a forma de Deus me dizer que Ele está comigo. Eu me entorpeço. 
Eu sou uma mulher forte pra muitas coisas. Pra carregar coisas pesadas. Pra driblar situações difíceis. Pra encontrar soluções. Pra administrar meu dinheiro. Pra chorar num momento. Pra ressurgir num outro. 
Sinto MUITA falta de beijar na boca! PQP! Que falta faz! Eu gosto de beijar. Gosto muito. Sinto falta de ter alguém pra compartilhar meu corpo e meus pensamentos - viagens internas e externas. 
Amo sorvete! Sorvetes com texturas diferentes são muito interessantes. Amo bolo! Meus bolos são simples, mas muito gostosos - fofinhos e molhadinhos. 
Eu fico extasiada quando eu olho pro céu. E o céu daqui, do Pampa, meu Deus... é de tirar o fôlego. Pra mim, olhar o céu e admirá-lo, já vale a pena ter acordado. Adoro respirar o ar puro daqui também. São tantas árvores, e diferentes tipos de flores e de plantas, e de pássaros. Eu bebo meu café - amo!!! - depois que acordo, fico olhando pras árvores pela janela. Escuto o som dos passarinhos. Fecho os olhos. Respiro fundo. Só penso em coisas bonitas. Nossa, como eu sou feliz nesse momento! Eu adoro demais.    
Eu gosto de escutar atentamente pessoas inteligentes falando. Eu gosto de perceber as pessoas, as coisas. Eu observo bastante. Observar e refletir.
Eu fico em paz quando estou num lugar que me dê suporte confiável emocional - onde eu conviva com pessoas inteligentemente emocionais. Aí tudo flui: estudo bem, trabalho bem. Fico aliviada.  
Escrever é um prazer. Rir é um prazer. Cozinhar bebendo - vinho ou cerveja - é um prazer. Estudar francês e italiano são um prazer. Cantar é um prazer.  
Eu gosto do meu cabelo curto. Eu corto meu próprio cabelo. 
Eu adoro caminhar na rua ao cair do dia. As cores no céu ficam incríveis - eu definitivamente amo o céu!  
Eu amo demais meu carinho. Eu aprecio muito. Será que quando toco, a pessoa querida sente a intensidade e o valor? Eu espero que sim. 

E são tantas outras coisas.... Ficaria tempos escrevendo. Eu amo minha companhia e meus pensamentos.