quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Quando estou aqui, quero pertencer 
Quero sentir desde a raiz 
Quero olhar nos seus olhos 
Que me revelam oceanos inexplorados 
E tão profundos 
E tão únicos

Quero ser uma com essa terra que piso 
Com essa paisagem, com esse monte, com esse entardecer 
Que parecem me narrar intimamente 
Com o sol que aquece a minha pele 
E nos ilumina  

Há como ser mais próspera?  

Não se cansa de me manter no topo? Você me quer no topo sempre 
Por que me devora atentamente como se fosse meu último suspiro? 
Não vou dar deslizes
Você não cansa de me dar sua energia 

Eu não me canso. E te entrego a minha.

terça-feira, fevereiro 20, 2018

Por Entre os Dedos

O tempo que eu perco
É o mesmo que você perde

Vamos viver perdendo
Gostamos de insistir nesse fracasso

Porque cômodas suposições resolveram ser mais preciosas pra nós
Porque damos vitalidade a elas com a nossa covardia

Adoramos ser covardes. Admiramos a nossa covardia. Achamos-nos sedutores.

Não importa se eu fumo, se eu bebo
Se eu fumo marijuana
E abstraio essa porra que é seu hesitar incessante

Não vou pular enquanto você não pular.

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

A beleza. A força. Os tons que a gente percebe ao redor. Às vezes há esforços pela nebulosidade das circunstâncias ocasionais difíceis da vida , mas estão todos aqui: a beleza, a força, os tons.

O meu fôlego fez sentido hoje. Reparei nas luzes, através da minha janela. Preencheu tanta coisa dentro. O que posso fazer? Eu sou grata! Eu reconheço a gratidão. E a cada dia, tudo fica mais leve. 

Eventuais pesares, cansaços, surgem. Mas é só eu ficar um pouco dentro de mim, que os sentidos emergem.  Acho que não preciso de dicas. O silêncio é suficiente e é capaz de alimentar uma mente ávida por viagens por auto-conhecimento, paisagens nunca vistas, paz de espírito, pássaros livres no céu. Talvez esses sejam dicas.

Acho que cada pessoa é uma nota. Uma nota musical. E quando um grupo é estabelecido, músicas existem. Até quando duas pessoas se juntam, afinal há músicas de duas notas. 
Cada um tem seu tom, sua importância. E a notoriedade é mais perceptível quando estamos diante de ambientes favoráveis ao nosso grau. Mas possivelmente todos são harmônicos devidamente nos seus espaços.  

segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Organização. Acho que tem que ser esse o foco.

As ideias conversam dentro da sua cabeça e depois resolver meter o pé. Assim fica difícil também.
Não consigo pensar em nada. Só numa coisa boa que passou.

Mas não fico me lamentando. Me realizei e não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Só não tenho poder sobre humano de transformar situações e pessoas, porque sou... humana. Às vezes gosto de ser humana, às vezes não.

Mas a organização...sim! Essa é a palavra desse ano! Soa mais como aquelas promessas que muitos fazem como meta de ano novo. mas é sério. Vou crescer de forma um pouco radical e dolorida nesse ano. Eu sei que vou ficar bem. 

Ando muito misteriosa? Sei.

Fiquei esse hiato de tempo todo sem escrever. Não vou pedir perdão dessa vez, você vai ter que me perdoar. Fiquei o ano de 2017 encarando uma depressão indigesta. Simplesmente quase tudo deu errado. Trabalho, faculdade na sarjeta. Não tinha como eu pensar. Eu gostaria de ter sido outra pessoa, eu fiz de tudo pra ser outra pessoa, sem depressão, focar nos meus estudos, parar de chorar e sair da cama, mas meu esforço pareceu em vão. 
Lutar contra depressão é lutar todos os dias da sua vida contra algo enorme e invisível. Que, se você deixar, te sufoca aos poucos. Depois você se percebe presa numa teia de aranha. E tem muita culpa, muita dor, muita agonia.
Com ajuda de alguns remédios e conversas com pessoas que verdadeiramente somam na minha vida (algumas têm só a intenção de somar, mas psicologicamente isso não adianta de nada), e umas andanças por aí, tenho dado um passo de cada vez e enxergado  a luz do fim do túnel. Cada passo que eu dou, a luz fica maior. Isso é foda, cara.
Eu sou eu. Ninguém mais vai ter meus registros, minhas assinaturas, o meu jeito. Porque eu sou eu. Eu nasci pra ser mais um respingo, como nas obras de Pollack. De longe, talvez você não perceba a diferença entre um rabisco marrom e um azul. Mas a obra faz sentido num todo como ela foi produzida. Ela tem seu sentido pelo jeito como foi feita, quando foi feita, em que circunstância foi feita, em qual circunstância o artista estava condicionado.
Eu faço sentindo, eu sei. Mesmo não sabendo o meu sentido quando eu o vivo. Quando eu reflito, eu vejo que o tenho. E brilha como a luz do sol, dentro de mim, ter essa consciência existencial.

Tudo faz sentido mesmo quando não faz sentido. A gente aprende no caminho. Acredito que, quando compreendemos o aprendizado, a nossa vida faz sentido. Acho que é isso. E para aprender, eu preciso experimentar. No caminho, a gente entende. Vai entendendo. 

E estou aqui, mais uma madrugada escrevendo. Como nos velhos tempos.
Não é tédio. É a alma querendo se expressar.

Obrigada por me esperar por todo esse tempo. Vai dar tudo certo.