sexta-feira, dezembro 16, 2022

Refletindo Em Muitas Coisas - Contestando Que Não Sei de Quase Nada

Olá, cara pessoa que possui o desejo de me ler nesse momento. De "me ler", uma figura de linguagem que esqueci o nome agora, mas que remete o feitor à sua feitura. Tipo, leio Carlos Drummond de Andrade - o que você lê, na verdade, são os escritos de Drummond e não os raios-x do corpo dele. 

Eu amo ter a idade que eu tenho com a mentalidade que tenho. Não me sinto descompensada no meu espaço-tempo. Atribuo a satisfação comigo mesma e a consciência às minhas escolhas à terapia feita há um tempinho. Eu não possuo o poder sobre ninguém, somente sobre mim mesma, sobre minhas escolhas, minhas atitudes, minhas companhias, os lugares que vagueio. Também não sou nenhuma mártir ou vítima do que de "errado" me aconteceu, ou quem tive a infelicidade de conhecer. Acredito que fui alguém infeliz pra muitas pessoas também algum dia. Mas não pra mim mesma! Porque só pude contar comigo mesma até na minha ignorância. As reconsiderações hoje estão na consciência, graças a mente que tenho hoje. 

Eu percebo que me permitindo saber sobre coisas e pessoas aleatórias, acabo podando arestas para aquilo que eu curto fazer e ser na vida. Preciso me permitir e aceitar circunstâncias diferentes para que o leque se abra. Mas, é claro, para aquilo que estou mais inclinada a fazer em uma determinada fase da minha vida - me violar nunca! Ou, melhor, me violar nunca mais! Ou melhor ainda: evito o máximo do máximo em me violar. Porque as recaídas da falta de consciência própria às vezes vem. Principalmente quando fico um tempo me deixando de lado, vivendo no automático. Quem já sofreu algum abuso em algum relacionamento, sente muito bem o que quero dizer. Muita coisa que existe, a gente acha que é culpa nossa. Que a gente poderia evitar alguma reação negativa do outro. Que tá trovejando porque a gente não fez alguma coisa direito. É algo enlouquecedor e uma tortura. A liberdade é algo acessível e possível quando a gente se livra da culpa. E é para todos! Pra qualquer um. 

Eu amo ser adulta e responder pelas minhas ações. Eu amo ser responsável. Amo muito mesmo. A responsabilidade - me parece - é um comportamento que se autoalimenta com a vivência e te faz muito forte. Te traz autonomia e muita consciência das consequências e da sua capacidade. Das virtudes e das fragilidades. De respeitar os limites das virtudes e das fragilidades. Ser responsável não tem nada a ver com ser antiquado ou chato. Tem a ver com ter consciência dos limites. E se você parar pra pensar, tudo tem limite na natureza. As margens de um rio só são definidas assim pelo entorno, pela água do rio que passa pelo meio. Um gato não é um cachorro. A lua não possui características e funções que o sol apresenta. É sobre reconhecer um ponto da minha humanidade também. Pensar sobre a importância da minha responsabilidade me traz um poder de aproveitar ainda mais as minhas capacidades e me desvencilha da ansiedade crônica. Isso é muito incrível. 

Quem me conhece, sabe que eu "discurso" bastante sobre o respeito. Talvez eu não seja a melhor pessoa pra pessoas que considerem tudo isso muito estruturalmente rígido numa relação. Como um edifício erguido de ferro e concreto. Mas para mim, se parece mais como uma obra inacabada. As mudanças são realizadas a partir do momento que as partes envolvidas estejam de acordo com as ações de ambos. Relações construtivas são assim. Eu falo de respeito porque eu tenho uma dinâmica própria de viver. E o outro possui uma própria também, diferente da minha. Quando se transpõe esses universos de forma não concedida, sobretudo, não gentil, há uma violação. E isso não é legal, não é saudável. Com o tempo, percebemos comportamentos de compensação tóxicas sendo reproduzidos. O diálogo honesto e fora de defensivas salva quase que totalmente as relações. Fora que traz um crescimento para todos os envolvidos. Meus amigos atuais se relacionam de maneira saudável comigo e eu amo as marcas que eles deixam na minha vida. Valorizo cada um do jeito que é. 

O Rio de Janeiro continua lindo... de várias maneiras. Deve ser porque eu voltei diferente - e bem mais forte. 

sexta-feira, dezembro 02, 2022

Muitas Coisas Que Me Esqueci De Ser Coesa. Acho Que É Só TDAH Mesmo (Talvez)

Está chegando o que já está aqui. A canção mais bonita da minha alma, da minha vida. 

Os excessos não permitem a gente observar o que sempre esteve diante da gente. Não permitem a gente se encontrar de verdade. Eu cansei de estar confusa por escolha e involuntariamente. 
Cara, eu gosto tanto de mim. Eu gosto de sorrir e ser simplesmente. De sentir. Sem competir ou provar algo pra alguém.
Tudo e qualquer um que tirem meu respeito, meu equilíbrio, minha alegria, minha satisfação, minha admiração pela vida, minha sanidade, minha dignidade, minha simplicidade não me pertence!
Amor é simples. Amor é responsabilidade. Amor é a verdade. Amor é respeito. Amor é liberdade. E é a coisa mais abundante que existe, mais do que as águas do Oceano Pacífico. Mais do que toda a composição do Universo junta. 

Ansiosa pra ver cada pôr-do-sol que me espera. 

Confesso que não estive muito "dedicada" nos últimos meses para escrever aqui. Inspirações não faltaram. Surtos de inspirações. Por muitas vezes, me encontro cheia de vivacidade e desejo por gentileza, e pureza, e amizade, e beleza nisso tudo contemplo. Me extasia. Mas, ultimamente, se esvaiu meu brilho. Não querendo me justificar, mas já justificando, aconteceram coisas que me brocharam muito nessa prisão de alma, DP. É fatalista e dramático demais condenar toda uma cidade por acontecimentos pessoais. Eu sei. Mas compartilhando das (quase) mesmas experiências com pessoas que são daqui e que não são, fica difícil não ficar tão pra baixo e desacreditada. 

Contando os dias pra me recompor. Recomposição completa! Mudança de energia, mudança de vida!