domingo, maio 31, 2020

Abraços

Essa semana eu fui à casa de um amigo aqui na cidade (Dom Pedrito) onde vivo.

Se comprometer à alguém é um processo tão sutil quando você se dispõe. Se há sincronicidade, o elo nos envolve aos poucos com ternura e com verdade. Douglas é formado em gastronomia na Bahia. Toda vez que vou à sua casa, ele cozinha pra gente. A comida dele lembra muito a da minha mãe. A comida dele me deixa muito feliz!
Após saber de exames sobre minha deficiência no sangue - leucopenia -, se prontificou a fazer um almoço. Minha pressão tinha caído e fui me deitar. Quando levantei anunciado o almoço feito, eu apreciei aquela mesa com tanta gratidão, mas TANTA GRATIDÃO. A mesa estava posta deliciosamente com fartura e mimos. Esperei por ele. Esperei ele acabar de ajeitar tudo e se sentar comigo à mesa. Chorei como criança, dizendo: Nossa, isso é tão bonito! Prontamente ele me abraçou. Me abraçou amorosamente com consistência. Senti que tudo ali foi especial.

Interessante como cada um demonstra amor de uma maneira. Eu levei um tempo pra entender isso ao longo da minha vida.

Eu confesso: sou chorona pra cacete, adoro MUITO dar carinho, me declaro numa hora qualquer sem "precedentes". Cuido dos que amo como se Deus me desse essa missão na Terra. E etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc. Quem me conhece, sabe que sou muita Daniella numa Daniella. Gosto de sentir o amor pelas ideias, pelo tato, pela energia que ele emite, pelo cuidado, pela entrega.
Minha mãe me chamava de manhosa, quando era pequena rsrs

Só que há outras maneiras de amar além das minhas. Fazer uma comida bem gostosa e bonita é a maneira de amar do Douglas.

Acho que a "liga" se dá quando você encontra pessoas que compartilham jeitos parecidos com os seus. Senão surge a frustração.
Isso não quer dizer que o outro tem que ser meu clone e fazer tudo do meu jeito. Não é isso. A convivência nos molda - não tira a nossa personalidade! A convivência nos faz perceber que a força do outro e a nossa juntas é poderosamente necessárias para a emissão da esperança nesse mundo. O que o outro me apresenta - com a sua história, com suas experiências, com sua identidade -, ilumina uma parte minha que estava na escuridão e que precisava vir à luz. O amor é isso. Também é isso. E muito mais. Nos transforma e nos faz melhores. Quanto menos nos damos conta, distribuímos flores por aí.

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