Me descobrindo...

Será que eu sou uma farsa? hum...
Falo e não falo. Melhor, falo o que não faço. Faço o que eu não quero. Pra onde isso está andando? Bem, se você fala o que não faz e faz o que não quer, você se contradiz, não é mesmo? Como eu sou tão ridícula! Uma burguesa ridícula!

Acho que não sou tão de esquerda como pensava que era.

Me senti completamente tola na aula de redação, ministrada pelo professor "Fumanga". Me senti mesmo. O cara sabe dizer umas belas "verdades".
É tudo muito engraçado: Eu que, antes, verbalmente, lutava pela "não - alienação" das pessoas pela vida, descobri que era( sou) parcialmente alienada com muitas coisas da vida. Descobri que, o que eu falava, não valia nada!!! Isso foi um choque pra mim.
Em todas as aulas é a mesma coisa. Parece que eu, em cada palavra que o professor menciona, levo socos, chutes, tiros...Saio da sala completamente arrasada. Completamente bocó. Dá vontade de chorar, porque da impressão que nada adiantou do que eu fiz. Há tanta coisa pra eu aprender, pra eu saber!! E o pior que se eu não acompanhar o compasso, vou sempre me sentir como uma derrotada ( embora eu não seja. É que na vida é assim: em alguns momentos vencemos e em outros perdemos. E também, com as perdas, aprendemos).

Ontem, antes de eu dormir, disse: Eu tenho que ajudar as crianças do nordeste, eu tenho! Depois que me formar, vou ter meu dinheiro...Mas como eu vou ajudá-las? Como? Eu tenho que ajudar!

Eu sempre tão perto e tão longe de tudo e de todos.
Dentro de minha cabeça está que nem uma pipoca. Cadê a minha paixão e criatividade? Só Deus sabe.
Acho que vou chorar.